Deus nunca se cansa de nos perdoar..
Deus hoje não quer condenar nossas fraquezas e traições,
Ele quer que delas nos arrependamos e não as alimentemos em nosso coração.
“Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes
que me tenhas negado três vezes” (João 13, 38).
Amados irmãos e irmãs, a liturgia desta terça-feira da
Semana Santa coloca diante de nós nossa pobreza, nossa miséria e nossa
fragilidade humana, representadas em duas figuras caras e próximas a Nosso
Senhor Jesus Cristo.
O primeiro deles é Judas, aquele que traiu Jesus por causa
da cobiça e do desejo desenfreado pelos bens materias. Afinal de contas, ele
era o administrador, o tesoureiro do grupo, era aquele que cuidava dos poucos
bens do grupo. Ele deixou a riqueza ofuscar o brilho da graça, iludi-lo e ludibriá-lo,
por isso a cobiça cresceu em seu coração.
Não era a intenção de Judas negar ou trair Jesus, ele pensou
ou fez os seus planos humanos acreditando que uma rebeldia seria necessária e
que depois o Mestre poderia perdoá-lo. Judas não mediu as consequências de seus
atos, foi totalmente inconsequente ao vender o Sangue precioso de Jesus por
míseras trinta moedas de prata.
Trair Jesus é trairmos uns aos outros, é nos vendermos uns
aos outros, é entregarmos o irmão a outros. Trair Jesus é nos deixar levar por
nossos interesses, por nossa cobiça humana e por nosso desejo de sobressair e
de estar bem diante dos outros sem medir as consequências disso. Muitas vezes,
vamos entregar, trair e deixar alguém de lado. A palavra “traição” é muito
dura, dói até o extremo da alma.
Hoje o coração misericordioso de Jesus quer se voltar a
todos aqueles que têm esse sentimento de traição e, muitas vezes, nem percebem
isso, traem a família, os filhos, o compromisso que um dia assumiram diante do
altar, traem a amizade, a Igreja, os valores éticos e morais.
Toda e qualquer espécie de traição é dura, cruel, desumana e
desnorteia os mais profundos dos valores da humanidade! Frequentemente, as
traições começam com coisas pequenas: desejos, vontades. É preciso combatê-las
para que não cresçam e não tomem corpo dentro de nós!
Do outro lado, Pedro também fraquejou, também traiu e negou
o Senhor. Jesus profetizou aquilo que Lhe aconteceria devido à fraqueza do
coração desse apóstolo [Pedro], aquele que era sempre tão enérgico, tão rápido
ao responder e ao se colocar ao lado do Mestre, quando o “cinto apertou”, foi o
primeiro a fugir. Contudo, Pedro não ficou apenas na sua traição e nos seus
erros, ele soube ir adiante e superá-los.
Deus hoje não quer condenar nossas fraquezas e nossas
traições, Ele quer que delas nos arrependamos, que não as alimentemos em nosso
coração; que saibamos combatê-las e, acima de tudo, nos arrependamos delas. A
Sua misericórdia nunca se cansará de nos perdoar sempre que desistirmos do mau
caminho e tomarmos o caminho da verdade, da justiça e da paz!
Deus abençoe você!
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